Você tem vontade de frequentar?
Tem curiosidade? Medo?
Saiba que o espaço social "terreiro", ou uma comunidade de terreiro, é um local de resgate e salvação. Salvação da identidade, da autoestima, da memória.
Os terreiros salvam as pessoas de sua desorientação espiritual, moral e ética que as igrejas cristãs não preenchem, ou pior, elas causam traumas de identidade e de espiritualidade de todo tipo.
Seja na figura pessoal do pai ou mãe de santo, seja no processo de exercício espiritual que os rituais condicionam, seja pela ruptura com as concepções morais e éticas cristãs. De várias formas, os terreiros salvam muita gente Brasil a afora.
E um terreiro também é um lugar com problemas. Um lugar onde todo tipo de influência "ruim" acontece. Consumismo, vaidade, egoísmo, desonestidade. As pessoas intoxicadas pela sociedade de consumo, pela hipocrisia cristã, pelo racismo também frequentam terreiros.
E as pessoas que não conseguem se ressignificar, nem que seja um pouquinho, geralmente só passam pelo terreiro. Não se tornam pessoas de terreiros. Você pode raspar, sacrificar muitos animais, colocar fios e panos belíssimos, fechar os olhos e bailar, e ainda sim não se tornar uma pessoa de terreiro, sabia?
Se um lugar que se chama de terreiro não cumpre esse papel de resgate, acolhimento e reconstrução de pessoas, então não é um terreiro. Se um terreiro é um lugar onde a normalidade é o assédio moral e sexual, o entretenimento e manipulação de fé alheia, então esse lugar é um anti-terreiro. Ele trabalha contra toda a ancestralidade que sustenta esse fenômeno "terreiro".
Os terreiros de macumba cumprem um papel civilizatório de resgate e construção da dignidade das pessoas historicamente castigadas pela colonização. Um terreiro é o espaço sócio-cultural-espiritual mais descolonizador que existe.
Viva os terreiros. Viva aos pais e mães que proporcionam os terreiros.
Ase que lindo texto pai. 🙏🏾🙏🏾🙏🏾🙏🏾
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