Tem muito adolescente buscando identidade e espiritualidade na macumba. Identidade estética, liberdade de gênero, pertencimento. Há um enorme valor simbólico, e muito misticismo sobre a incorporação. Quando uma pessoa que passa a vida ouvindo falar que macumba é do mal, vai no terreiro e vê as pessoas incorporando, a abraça uma entidade e essa entidade lhe diz algo que ela precisa ouvir, ou algo que não tinha como alguém desconhecido saber sobre vc, isso causa uma impacto imenso. Um choque de cultura, de concepção religiosa, e desperta grande desejo nas pessoas de praticarem aquilo.
Só que 😒 existe uma tradição hierárquica de etapas, tempo, cargo, regras, preceitos que causam o efeito rebote em muitas pessoas.
A juventude que não cresce em terreiro, que chega na macumba adulto ou quase adulto tem grande dificuldade de lidar com complexidade hierárquica que é própria das macumbas todas (umbandas, candomblés e etc). Além disso, os conceitos de liberdade de gênero se misturam com uma hiperssexualização do comportamento atual, e os terreiros e suas hierárquias acabam sendo afetados por constantes casos, namoros, romances, traições, intrigas, fofoca, ciúme, vaidades etc...
É um fenômeno que precisamos tentar compreender e lidar com ele. Não apenas reclamar e criticar que "no meu tempo era assim, era assado". Os terreiros tem que acolher todos que quiserem se encontrar na macumba e ter pedagogia pra lidar com isso. Cultura e comportamento não se controla, é preciso adaptar.
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