A mitologia Iorubá (tronco linguístico original da região da Nigéria e Benin) é viva no Brasil. Inspira e conduz a formação moral e ética de muitas pessoas, ou melhor, de boa parte do povo brasileiro.
Os Orixás e o Candomblé tem como base teológica a mitologia Iorubá. E cada orixá, cada itan, ou lenda, traz significados fundamentais aos valores humanos.
Um exemplo.
Ossãe: o guardião das folhas. Folhas que contém as mais sagradas propriedades. De curar, matar, seduzir, iludir, enganar, acalmar, esfriar, esquentar, perturbar. Guardião do segredo sobre as folhas. Das palavras mágicas que ativam e controlam as propriedades das folhas. Seu domínio fez de Ossãe o detentor do poder sobre muitas coisas. Confiante de sua exclusividade, Afirmava aos quatro cantos, em tom egoísta e imperativo: Ewêwê, minhas folhas, minhas folhas! De repente uma ventania inexplicada toma conta de toda a floresta e derruba ao chão a cabaça dos segredos de Ossãe. Desesperado ele tenta recolher suas folhas, mas era tarde. Todos os Orixás pegaram para si aquelas que lhe interessavam. Oyá, com seu poder sobre os ventos, atentada pela sua própria curiosidade e atendendo ao pedido de Xangô, tirou de Ossãe aquilo que ele mais prezava: a exclusividade sobre as folhas e seus segredos. Ossãe foi obrigado pelo destino, ou por obra de Olodumáre, a superar seu sentimento egoísta de ser o único dono das folhas. Porém, Ossãe não perdeu o mais importante. Nenhum vento ou tempestade pode destruir ou roubar o conhecimento. Ossãe continuou detendo o poder da palavra, dos Orikis necessários para usar as folhas. Assim, os Orixás passaram a ter as folhas mas não os Orikis, dependo então do licença de Ossãe cada vez que fossem utilizá-las.
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