Primeiro vamos separar Jesus de todas as igrejas. e de todos os símbolos rasos e subjetivos sobre ele. vamos pensar nele como um cara muito foda. muito inteligente que teve acesso a instrução teológica, filosófica, oratória (tradicional e usual entre os judeus). era um cara corajoso e inquieto.
ele tava sempre puto e indignado com a aquela sociedade hipócrita desde os 11 anos de idade. aquela sociedade onde só quem era cidadão e tinha direitos eram os romanos. os fariseus eram aquela elite que ditava as regras e só era filho de Deus quem fosse hebreu. e Jesus, como judeu, achava aquilo um absurdo. distorcer toda a filosofia do antigo testamento ( a Torá), em nome de interesses e manutenção de poderes.
ele ficava muito puto em ver todo mundo julgando todo mundo. naquele tempo a lei era literalmente "olho por olho, dente por dente". Essa ideia de igualdade não fazia sentido pra quase ninguém.
o Estado romano não significava nada pra Jesus, não era disso que ele falava. Dai a César o que é de César. Jesus falava da atititude individual, imediata. não falava de estrutura, nem de política pública. ele falava simplesmente de olhar pro outro como irmão. e se esse outro por acaso tivesse erro, que fosse perdoado. que vingança é a verdadeira maldição.
e muita gente torceu o nariz e distorceu o que ele disse. e o povão da região, na cegueira da ignorância de seu próprio de tempo, pediu foi a cabeça daquele... (não imagino do que era chamado, mas se hoje fosse seria vagabundo, arruaceiro, comunista e marginal).
mas falar o que pensava não era crime de acordo com a lei romana. então não se podia condenar. e aí, pra cumprir o protocolo do direito e da justiça romana de que ninguém pode pagar por crime que não aconteceu, trocaram, de forma vista e assumida, um bandido declarado e comprovado, o Barrabás, por Jesus, que crime não tinha, a não ser ter falado o que pensava.
Pilatos lavou as mãos. com aquilo não tinha nada. o povo gritou e insistiu, ver mais um crucificado. e de toda gente que gritou pela cabeça daquele depravado, quase ninguém nem sabia quem ele era ou o que tinha falado. como se fosse o nosso gado que segue tocado pro matadouro, repetindo a raiva sem saber nem mesmo porque ou de onde vem aquela ódio descontrolado.
ele foi torturado e condenado. morreu e virou memória, símbolo e referência. para o bem e para o mal, sua mensagem foi apropriada. como tudo o que é grandioso, sua imagem foi distorcida e instrumentalizada por uns, exaltada e potencializada por outros.
ao mesmo tempo que se constrói um império espiritual cruel e autoritário sob a elite romada e judaica que criam a igreja, se espalha a mensagem profunda e latente da fraternidade, do amor, do perdão, da igualdade. e de forma proporcional Jesus vira um instrumento de dominação e aculturação por um lado, e por outro símbolo de um pensamento que propõe uma outra concepção sobre a humanidade. uma concepção que elimina as diferenças étnicas e culturais que tanto dividiam e confrontavam as culturas e povos não cristãos. a partir do cristianismo (como filosofia) a ideia de escravidão passa a ser questionada e abolida. Onde o cristianismo chegava a escravidão era questionada.
e de novo, vamos separar cristianismo de igrejas, e de política e de poderes. a ideia cristã de igualdade, fraternidade, solidariedade, caridade, amor e perdão, são ainda as ideias que dão sentido racional a fé cristã.
se os ditos cristãos fossem de fato seguidores e multiplicadores daquilo de Jesus ensinou, seríamos uma humanidade melhor.
#felizpáscoa
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